19 de Maio de 2024

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ENTREVISTA DA SEMANA Quarta-feira, 08 de Maio de 2024, 08:28 - A | A

Quarta-feira, 08 de Maio de 2024, 08h:28 - A | A

FABRICIO JOAQUIM

Centro Terapêutico vem ganhado espaço ‘salvando vidas’ em Mato Grosso

Redação

Hayom Centro Terapêutico realizam o acolhimento de pessoas, em caráter voluntário, prestando serviços de atenção a pessoas com transtornos decorrentes do uso, abuso ou dependência de substâncias psicoativas, em regime de residência, tendo como principal instrumento terapêutico a convivência entre os pares. São unidades que têm por função a oferta de um ambiente protegido, técnica e eticamente orientados, que forneça suporte e tratamento aos usuários abusivos e/ou dependentes de substâncias psicoativas (SPA), durante período estabelecido de acordo com programa terapêutico adaptado às necessidades de cada caso. As Comunidades Terapêuticas não são estabelecimentos de saúde, mas de interesse e apoio das políticas públicas de cuidados, atenção, tratamento, proteção, promoção e reinserção social, e portanto, não oferecem serviços assistenciais de saúde ou executam procedimentos de natureza clínica. Qualquer pessoa que faça uso nocivo ou esteja dependente de substância psicoativa, com necessidade de proteção e apoio social, poderá buscar acolhimento em uma Comunidade Terapêutica.

O dependente químico ou seu familiar/responsável deve entrar em contato diretamente com a Comunidade Terapêutica escolhida, a qual informará de modo claro os critérios de admissão, permanência e saída, o programa de acolhimento, as normas e rotinas da instituição, incluindo critérios relativos a visitas e comunicação com familiares e amigos, devendo a pessoa a ser admitido declarar por escrito sua concordância. Hayom que tem sua sede localizada em Santo Antônio do Leverger - MT, seu foco principal de atuação é de atividades de assistência psicossocial e à saúde a portadores de distúrbios psíquicos, deficiência mental e dependência química e grupos similares não especificadas anteriormente.

“Não são estabelecimentos de saúde, mas de interesse e apoio das políticas públicas de cuidados, atenção, tratamento, proteção, promoção e reinserção social, e portanto, não oferecem serviços assistenciais de saúde ou executam procedimentos de natureza clínica. Qualquer pessoa que faça uso nocivo ou esteja dependente de substânciapsicoativa”

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Centro Oeste Popular — Fabricio, de onde veio à ideia de montar um centro terapêutico?

Fabrício Joaquim — Trabalhei por muitos anos em umas clínicas fechadas, e via muitas pessoas sendo tratadas de forma inadequada, sendo amarrada, dopada, era contra toda aquela forma de tratamento, então desejei ter um lugar, uma comunidade terapêutica onde às pessoas pudessem se tratar mais livremente, sem serem presas, amarradas e dopadas, pensei em um lugar que tratasse o paciente de forma correta, sem precisar de qualquer brutalidade. Na Hayom só recebemos quem realmente quer tratar, nós não temos a internações compulsórias, nem involuntárias, apenas internações voluntárias. E esse era e sempre será o nosso objetivo, tratar de maneira livre sem tortura, sem amarras.

Centro Oeste Popular — O Centro Terapêutico é filantropia? Como é que se sustenta até hoje?

Fabrício Joaquim — Se mantém exclusivamente de contribuições de familiares, de doações públicas, inclusive, oferecemos vagas sociais, temos o objetivo de ajudar as pessoas, temos um grupo de 25 internos, desses 25 internos, cinco não pagam nada, a vaga é totalmente social, alguns outros contribuem com metade, pedimos um valor de R$ 1.500 por mês, pois, aqui temos gastos com aluguel do espaço, que, infelizmente não é nosso, além da alimentação, psicólogo, ainda temos uma despesa com monitor que precisa de um salário, pois, também possui necessidades básicas, e entre outros como luz. Então, pedimos para os nossos pacientes que podem contribuir com a mensalidade.

Centro Oeste Popular — Há quanto tempo o centro terapêutico vem atuando em Mato Grosso?

Fabrício Joaquim — Agora em abril, o centro terapêutico Hayom, completou dois anos de funcionamento, claro que nada até agora foi fácil, mas, a cada dia estão tratando e mudando vidas de muitas pessoas que precisam de ajuda.

Centro Oeste Popular — Quais são os tipos de vicioso que o centro terapêutico trata, e quais são os tipos de tratamento que o centro oferece?

Fabrício Joaquim — Nosso tratamento é pautado nos 12 passos de alcoólicos e de narcóticos anônimos. Acreditamos que é sumamente importante uma reconexão, um poder maior que si mesmo. Então, durante dois momentos do dia, temos que chamamos de espiritualidade, que é o momento de um interno se reconecta com Deus em forma de gratidão, agradecimentos, pedir uma orientação para esse poder superior, pois, acreditamos que o centro do nosso problema, digamos assim, o núcleo do nosso problema é a satisfação das nossas vontades, é o nosso egocentrismo, nosso egoísmo, então colocamos como centro do universo, as pessoas e as circunstâncias têm que ser do jeito que queremos que ela seja isso acaba causando muita frustração, além de causar muita tristeza, mágoa, então é aí que começamos a ter problemas em mais variadas áreas de nossas vidas, o tratamento ele tem como um dos objetivos fazer com que a pessoa sai do centro e recoloque Deus ali no centro de nossas vidas.

Centro Oeste Popular — Hoje, podemos ver em vários bairros periféricos de Cuiabá, mas, como no centro de Cuiabá o aumento de pessoas usando drogas, aqui você atribui isso?

Fabrício Joaquim — A dependência química ela não tem distinção de classe social, ala atinge todas as classes sociais, sejam pessoas muito pobres ou empresários, filhos de grandes empresários, advogados, médicos e entre outros. Por exemplo, já tratei advogado, médico, procurador federal, delegado federal, marceneiros, pedreiros, autônomos, é do pequeno ao grande, do rico ao pobre, a doença não escolhe classe social.

Centro Oeste Popular — O senhor acredita na recuperação? Existe recuperação total de um viciado?

Fabrício Joaquim — Acredito sim, até porque sou um e estou em recuperação. Já usei drogas por 15 anos, hoje, estou limpo há 22 anos dois meses e há 26 dias. E ao longo desses anos, trabalhando com a recuperação de outras pessoas, vejo várias em recuperação, pessoas essas que não só pararam de usar drogas, mas, que são hoje produtivas na sociedade. Vivem uma vida linda, são bons pais, que são excelentes maridos, que se tornaram pessoas de referência na sociedade.

Centro Oeste Popular — Existe uma porcentagem de fuga? Já houve alguma fuga do centro?

Fabrício Joaquim — Não existe fuga, porque não há necessidade deles fugirem. Eles podem abandonar o tratamento a qualquer momento, podem voltar para os seus lares a hora que quiser. Temos em média de 10% a 15% de pessoas que veio fazer o tratamento e desistiram, e preferiu abandonar o tratamento. Pois, o nosso objetivo é um tratamento livre, sem precisar fazer tortura, apenas ajudar a se livrar do vício e ter uma vida melhor.

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