Com tornozeleira eletrônica e medidas cautelares João Arcanjo Ribeiro ganhou a liberdade - novamente - na noite desta quinta-feira (25). Ele foi solto, por volta das 21h, depois de 120 dias preso na Penitenciária Central do Estado (PCE).
A decisão foi tomada e divulgada à imprensa nesta terça-feira (25), pela Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça.
O desembargador Rui Ramos entendeu que faltam indícios de que Arcanjo tenha participado de disputa entre duas organizações criminosas por espaço do jogo do bicho no Estado. O voto foi seguido pelos desembargadores Pedro Sakamoto e Marcos Machado. Com a determinação, João Arcanjo volta a cumprir pena no regime semiaberto.
“De acordo com o relator do habeas corpus, Rui Ramos, Arcanjo era o único dos acusados que continuava preso e afirmou que faltam indícios de sua participação nos crimes”
Arcanjo e mais 32 pessoas foram presas no dia 29 de maio deste ano, na operação Mantus, que desarticulou duas organizações criminosas do jogo do bicho. Até ontem (25), Arcanjo era o único dos investigados que continuava atrás das grades.
O Habeas Corpus foi impetrado pelos advogados Fábio Lessa e João Victor Gomes de Siqueira. Entre os argumentos da defesa está a ilegalidade da 7ª Vara Criminal em julgar o crime. Os advogados ressaltam que Arcanjo já goza da liberdade restrita, já foi sentenciado e cumpre pena em regime aberto desde fevereiro de 2018.
“Arcanjo e família foram escrutinados por esta operação. Ele está sendo monitorado a lupa e nada foi encontrado. Após passar quase 15 anos preso está buscando ressocialização, não havendo motivos para retorno ao sistema prisional”, destaca trecho do pedido.
A operação
A operação Mantus cumpriu 33 mandados de prisão expedidos pelo juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Jorge Luiz Tadeu. As investigações apontaram a existência de duas organizações criminosas que disputavam espaço do jogo do bicho no Estado.
Uma delas, a empresa Colibri, era liderada por Arcanjo e o genro Giovanni Zem, de acordo com as investigações. A concorrente, a FMC Ello, era do empresário Frederico Müller Coutinho. Os investigados respondem pelos crimes de organização criminosa, contravenção penal do jogo do bicho, extorsão, extorsão mediante sequestro e lavagem de dinheiro.