Motivação da chacina que vitimou 4 pessoas em Aripuanã (1.002 km ao Noroeste de Cuiabá), no último final de semana, ainda não foi confirmada. Polícia Civil investiga o caso e não descartou nenhuma das informações recebidas tanto pela sobrevivente, quanto por testemunhas ouvidas no inquérito – que está em fase inicial. Sabe-se até o momento que duas das vítimas exploravam uma área do garimpo da cidade, que vive uma 'situação complexa', por ter muitas pessoas trabalhando de forma ilegal na região.
Em entrevista ao , a delegada Amanda Menuci Petelinkar, reforçou que o inquérito que investiga as mortes de Luiz Felipe Viana Antonio da Silva, 19, Jonas dos Santos, 25, Leôncio dos Santos, 40, e Ezilene Taveres Viana, 41, conhecida como Babalu, ainda está em fase inicial, mas garantiu que “nenhuma linha de investigação foi descartada e a veracidade de todas as informações trazidas pela sobrevivente ou por outras pessoas está sendo averiguada”.
A sobrevivente em questão é esposa de Jonas, uma jovem de 19 anos. Segundo o relato, ela só foi poupada do crime após o marido pedir aos criminosos afirmando que ela estaria grávida – fato que não foi confirmado pela Polícia Civil. Mais detalhes sobre as mortes estão sendo levantados pelos investigadores, que buscam saber se as vítimas tinham passagens criminais, bem como o relacionamento dentro da cidade.
Perícia dos corpos ainda não ficou pronta, não se sabe com quantos tiros eles morreram. O corpo de Babalu foi o único encontrado carbonizado, ao lado de um carro também queimado pelo fogo. Ao que tudo indica, por estar próximo do veículo, o corpo acabou queimando.
Situação complexa
Sabe-se até o momento que Babalu e o marido, Leôncio, exploravam parte do garimpo na cidade, além de outras atividades que ainda são investigadas. O filho dela, que não morava com o casal, estava de passagem por Aripuanã e acabou sendo morto na chacina.
Jonas, a 4º vítima, e a esposa – única sobrevivente –, pegaram carona com a família. Os dois eram do Pará e estavam na região para trabalhar na exploração de minerais. Delegada Amanda ressaltou que a cidade passa por uma situação complexa e peculiar no que diz respeito ao trabalho no garimpo.
“Diferente de qualquer outro no país, há certo esforço em prol da legalização da atividade, mas muito da exploração ainda ocorre ilegalmente”, disse. Segundo ela, há vários ‘buracos’ explorados por muitas pessoas e que essas contam com inúmeros funcionários.
Dentro da estrutura, esses trabalhadores transitam por vários lugares e acabam trabalhando para outras pessoas em um curto espaço de tempo. “Não foi descartada nenhuma outra hipótese que vincule a chacina a outros assassinatos anteriores na região”, declarou.
Por fim, para auxiliar no trabalho da polícia, a delegada pede para que a população faça denúncias pelo telefone (65) 99968-2396, sendo garantido o anonimato do denunciante.