Da Redação
O conselheiro Guilherme Maluf manifestou interesse de ser presidente do Tribunal de Contas do Estado em um ofício encaminhado ao atual presidente, conselheiro Domingos Neto. Ele se sustenta no fato de ser o único conselheiro efetivo que pode assumir a Presidência, pois os conselheiros substitutos estão impedidos de disputar o cargo. Porém, o comando da Corte de Contas não está garantido.
Vale lembrar que Maluf é acusado pelo Ministério Público de participar de desvio de recursos na Secretaria Estadual de Educação (Seduc), ação que foi investigada pela operação “Rêmora”, em 2017. O grupo teria direcionado 23 licitações para a construção e reforma de escolas. Já o parlamentar teria recebido R$ 40 mil em propina. Ou seja, o ambicioso projeto está em risco devido a extensa ficha de corrupção que responde na Justiça, afinal, um órgão fiscalizador, conforme alguns analistas ouvidos pelo jornal Centro Oeste Popular, nunca poderia ser administrado por pessoa que é alvo de várias ações improbidade;
Destaque-se que na Operação Rêmora consta que Maluf, enquanto parlamentar, integrou o núcleo de liderança da organização, sendo beneficiário direto de parcela da propina arrecadada, além de se valer das influências políticas proporcionadas pelo cargo eletivo para promover as articulações necessárias.
Conforme a denúncia do Ministério Público Estadual, o núcleo de liderança da organização tinha ainda a participação do ex-secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto Filho. Na denúncia, além do deputado Guilherme Maluf, também foi alvo o seu motorista, Milton Flávio de Brito Arruda, por embaraçamento de investigação.
Segundo o Ministério Público, após a deflagração da 1ª fase da operação Rêmora, a fim de garantir que o empresário Giovani Belatto Guizardi não revelasse sua atuação aos investigadores, Guilherme Maluf buscou intimidá-lo, utilizando, para tanto, o seu motorista, que é agente penitenciário do Serviço de Operações Especiais e que estava cedido à Assembleia Legislativa.
Além disso, no próximo dia 16 o Superior Tribunal de Justiça (STJ) deve decidir o destino dos cinco conselheiros do TCE-MT que o STF afastou, em setembro de 2017, sob a acusação de envolvimento com o esquema de propinas de Silval Barbosa. A tendência é de que eles retornem ao cargo, e haja uma reviravolta na eleição para presidência do TCE, sendo que nos corredores da Corte há aqueles que apostam que em caso do STJ determinar a volta de José Carlos Novelli, Antônio Joaquim Moraes, Waldir Júlio Teis, Walter Albano da Silva e Sérgio Ricardo, Maluf deverá recuar da disputa.
A denúncia contra Maluf
As acusações são resultado das investigações feitas pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) durante a gestão de Pedro Taques, especificamente em contratos de empreiteiras com a Seduc.
Maluf é acusado de integrar o núcleo de liderança da organização, sendo beneficiário direto de parte da propina arrecadada.
Além disso, o MPE o acusa de se valer das influências políticas proporcionadas pelo cargo para "promover as articulações necessárias para o desenvolvimento dos esquemas voltados para solicitação e recebimento de propinas".
Conforme o MPE, o núcleo de liderança da organização tinha ainda a participação do ex-secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto Filho, e do empresário Alan Malouf.
“Foram as tratativas coordenadas de Alan Maluf e de Guilherme Maluf que garantiram a 'circunscrição' sobre o cargo de superintendente de Acompanhamento e Monitoramento da Estrutura Escolar – posto estratégico dentro da Seduc que garante o mecanismo de pressão sobre os empreiteiros para pagamento da propina, bem como de controle sobre tais pagamentos – em relação às nomeações tanto de Wander Luiz dos Reis quanto de Moisés Dias da Silva”, diz a denúncia.