O Santuário de Elefantes Brasil (SEB) começou uma campanha para trazer a elefanta Ramba, que vive atualmente no Chile, para morar no santuário, localizado em Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá.
A elefanta asiática, de cerca de 52 anos, terá um novo lar no Brasil. O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) aprovou a licença e autorizou o processo de transporte de Ramba para Mato Grosso.
Quando chegar ao santuário, Ramba terá a companhia de outras duas elefantas: Maia e Rana. A primeira moradora, Guida, morreu em junho deste ano.
Ramba foi confiscada do circo 'Los Tachuelas', em 1997 — Foto: SEB/Divulgação
De acordo com o SEB, Ramba foi confiscada do circo 'Los Tachuelas', em 1997, pelo Serviço Agrícola e Pecuário do Chile (SAG), com questões relacionadas a abusos, maus-tratos e posse ilegal de animais.
Uma pequena ONG chilena, denominada Ecopolis, iniciou uma campanha para que Ramba fosse removida do circo, onde continuou a ter uma vida abusiva e solitária, e fosse realocada em um local onde seria bem cuidada.
Em 2012, a ONG recebeu a permissão para remover Ramba do circo. Eles entraram em contato com o Parque Safari em Rancagua – um parque safári local – para saber se eles estavam dispostos a ajudar.
Ramba, a elefanta asiática, de cerca de 52 anos, terá um novo lar no Brasil — Foto: SEB/Divulgação
A relocação foi coordenada por Scott e Katherine Blais, atuais diretores do Santuário dos Elefantes Brasil.
O parque aceitou, e foi construído um pequeno celeiro cercado, com um lago e árvores de salgueiro, utilizados para enriquecimento ambiental, formando uma ilha.
Ramba é conhecida como a última elefanta de circo no Chile, apesar de sua vida circense ter começado na Argentina, em 1980.
A elefanta viveu a típica vida de um elefante de circo: intermináveis dias de viagem, transportada por um caminhão, presa a correntes e vivendo em processo de domesticação. Tudo para que ela pudesse entreter a multidão com truques.
Segundo o santuário, atualmente, além de sofrer com os invernos rigorosos no Chile, é uma elefanta solitária, possui abcessos recorrentes na pata dianteira e tem comprometimento renal e hepático, necessitando de dieta e suplementação adequados.
Por causa da localização do Parque Safári ser atrás da Cordilheira dos Andes, a elefanta terá que ser transportada por avião em uma caixa própria para o animal.
Elefanta terá que ser transportada por avião em uma caixa própria para o animal — Foto: SEB/Divulgação
A caixa será colocada no habitat dela, para que Ramba se acostume a entrar e ficar dentro dela confortavelmente. Durante esse processo, são oferecidos alimentos dentro da caixa, e o elefante pode entrar e sair dela sempre que desejar.
O tempo desse processo dependerá unicamente de Ramba – com Maia e Guida, por exemplo, foram apenas 3 dias. Mas cada elefante é único e respeitamos o tempo de cada um.
Ramba, a elefanta asiática, de cerca de 52 anos, terá um novo lar no Brasil — Foto: SEB/Divulgação
No dia da viagem, a caixa será içada por um guindaste, colocada em uma carreta de transporte e levada por terra por cerca de 97 km até o aeroporto de Santiago, para embarcar no voo rumo ao Brasil.
Em solo brasileiro, Ramba seguirá em um caminhão até o SEB, no Rio da Casca – Chapada dos Guimarães, sempre escoltada.