Mudar a legislação brasileira para garantir que pessoas diagnosticadas com câncer tenham estabilidade de, no mínimo, um ano em seus empregos após o período em que estiveram afastados para o tratamento da doença.
Essa é a luta da Fundação Laço Rosa, que neste ano lançou a plataforma “Contratada”, a primeira do país sobre empreendedorismo e emprego para mulheres que passaram pelo câncer de mama.
Presidente da Fundação Laço Rosa, Marcelle Medeiros disse que a plataforma nasceu depois que a paciente Nathalie Araújo foi demitida de uma forma considerada discriminatória.
Pesquisando sobre o caso, a Fundação descobrir, então, que várias outras pessoas passaram pela mesma situação.
“Nós fomos estudar para ver como podíamos solucionar o problema e descobrimos um Projeto de Lei (PL 8057/2017) que ainda está em tramitação, para garantir a estabilidade do paciente oncológico”.
Enquanto a lei não entra em vigor, Marcelle resolveu criar uma ferramenta que ensine as mulheres que não conseguiram se manter empregadas após o câncer como empreender e gerar renda.
Na plataforma também há a divulgação de vagas em empresas. Mas Marcelle afirma que os problemas de quem tem câncer e não tem um emprego começam logo na entrevista de seleção dos candidatos.
“No processo seletivo das empresas, quando é identificado que é uma paciente que teve câncer de mama, a vaga desaparece ou foi preenchida por outra pessoa”.
Na avaliação de Marcelle, são as empresas que perdem a oportunidade de contratar pessoas com habilidades desenvolvidas somente por quem já passou por uma situação como a de enfrentar uma doença dessas.
“Uma empresa busca um profissional que tenha comprometimento, resiliência, paciência. E isso você não aprende em escola; aprende na vida”, ela afirma e completa: “muitas companhias não sabem que podem contratar ex-pacientes de câncer como PCDs (pessoas com deficiência). Então, é toda uma mudança que a gente precisa trabalhar”.
Criada em 2011, a Fundação Laço Rosa é atualmente referência no Brasil e no exterior na articulação de políticas públicas e programas de conscientização e apoio relacionados à causa do câncer de mama.
(Com informações da Agência Brasil)