O deputado estadual Carlos Avallone se posicionou sobre os problemas na região do Portão do Inferno, em Chapada dos Guimarães, e defendeu soluções técnicas e mais ágeis para minimizar os impactos à população. Segundo ele, o município tem sofrido com as obras e a interdição da rodovia.
Avallone avaliou que a proposta apresentada para resolver os problemas estruturais na região parece mais rápida e eficiente. Apesar de ainda não ter tido acesso aos estudos técnicos nem visitado o local, ele reconheceu a urgência da situação. “A população da Chapada precisa de uma solução definitiva. A demanda é real e não pode mais ser adiada”, afirmou.
O parlamentar também tem articulado propostas para minimizar os prejuízos enfrentados por comerciantes, estudantes e moradores. Uma das ideias discutidas por ele é a realização de testes técnicos para avaliar a possibilidade de ampliar, mesmo que de forma controlada, a carga permitida para veículos que trafegam pela estrada. De acordo com Avallone, há equipamentos que permitem medir com precisão o peso dos veículos, e os testes poderiam embasar uma solução provisória até a conclusão das obras.
Além disso, Avallone tem promovido reuniões com lideranças locais e pretende intensificar o diálogo por meio da Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa. Ele justificou seu envolvimento pelo vínculo pessoal e político com Chapada, onde reside há mais de 30 anos e recebe forte apoio eleitoral. “Quero participar diretamente das discussões porque conheço a realidade da região e estou comprometido com seu desenvolvimento”.
O deputado criticou a condução inicial das obras por parte do Governo do Estado, alegando falta de planejamento técnico. Para ele, o Executivo se precipitou ao iniciar as intervenções sem considerar todas as alternativas disponíveis. “Havia dez opções estudadas, inclusive um túnel. Mas a escolha feita enfrentou obstáculos ambientais, que limitaram a atuação fora do parque. Isso gerou conflitos nos estudos e prejudicou o andamento do projeto”.
Avallone relatou que, após a autorização para atuar dentro do parque, surgiram novas descobertas técnicas. “Quando foi permitido entrar no parque, perceberam-se vários fatores que levaram à necessidade de mudar o projeto. Me parece que essa mudança é baseada nas informações mais recentes que tenho recebido. Agora, precisamos aguardar os próximos passos”, declarou.
O deputado também destacou um estudo da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), coordenado pelo geólogo Caio Vieira, que já apontava, com um ano de antecedência, a inviabilidade de estabilização na área do Portão do Inferno. Segundo ele, o governo errou ao ignorar essas conclusões, o que torna essencial rediscutir os estudos e considerar todas as análises técnicas, inclusive as inicialmente negligenciadas, para se chegar a uma solução definitiva.
Sobre o desgaste político causado pelos impasses no Portão do Inferno e no projeto do BRT, Avallone reconheceu a pressão sobre o governador Mauro Mendes. “Tudo o que exige muita explicação já não é bom. Como dizia Garcia Neto: na política, quando se precisa explicar demais, é porque algo está errado. Foram muitos erros acumulados, não de um só governo, mas de um longo período, especialmente no caso do BRT”.
Ele também ressaltou que não se pode atribuir a responsabilidade a uma única pessoa. “Houve muitos equívocos. O governador está tentando dar uma solução, mas essa solução enfrenta diversos problemas. Esperamos que sejam resolvidos o quanto antes”.
Quanto ao impacto político, Avallone afirmou que será inevitável, mas que a resposta virá nas urnas. “O desgaste existe, e será cobrado no momento certo”.
Em relação à recente polêmica envolvendo 14 deputados suspeitos de desvio de emendas parlamentares, Avallone negou qualquer intenção de criar obstáculos jurídicos para a investigação. “Vocês lembram o que aconteceu comigo na semana passada. Reagi de forma mais incisiva, algo incomum no meu perfil. Mas nós, que estamos na política, precisamos explicar bem. Quando sai uma notícia, ela alcança muita gente, mas a explicação nem sempre. Por isso insisto: preciso que a Decor assuma o erro que cometeu, para que, quando esse assunto voltar na época da eleição, e ele vai voltar, tenho documentos para comprovar que fui vítima de um processo que sequer entendi”.
Por fim, Avallone disse que o governador Mauro Mendes deverá ser cobrado pela condução das obras, assim como outros envolvidos, o que considera natural na política. Ele ponderou, no entanto, que Mendes entregou avanços concretos ao longo do mandato. “O Estado foi recebido em uma condição e está sendo entregue em outra, com melhorias reais em várias áreas”.