O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) pediu o arquivamento de um inquérito instaurado contra o ex-secretário de Estado de Segurança Pública, o delegado Rogers Jarbas, por supostamente atrapalhar as investigações da “Grampolândia”. O órgão ficou em evidência nas últimas semanas justamente por envolvimento de membros do Gaeco em esquemas de interceptações telefônicas ilegais e negou firmar acordo de colaboração premiada com os três militares que citaram os membros do MP.
O parecer do MPMT foi protocolado na 7ª Vara Criminal de Cuiabá, no último mês de maio. De acordo com informações do gabinete do juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, o magistrado ainda deve analisar o pedido e tomar uma decisão. Jorge Luiz está de licença médica e só deve voltar a analisar o parecer na semana que vem.
Rogers chegou a ser preso em 2017 e foi afastado de suas funções como então secretário de Estado de Segurança Pública por decisão do desembargador Orlando Perri, por suspeita de que estaria cometendo diversas ilicitudes para barrar as investigações da “Grampolândia Pantaneira”. Jarbas acabou sendo solto por decisão do ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Grampos ilegais do Gaeco
Na terça-feira (16) foram reinterrogados o ex-comandante da Polícia Militar de Mato Grosso, Zaqueu Barbosa, e o coronel Evandro Lesco. Os dois confessaram crimes na chamada ‘Grampolândia Pantaneira’, com o envolvimento de membros do Ministério Público e políticos, entre eles Pedro Taques e Paulo Taques.
Os depoimentos seguiram nesta quarta-feira (17), quando o juiz da Décima Primeira Vara Criminal Especializada em Justiça Militar de Cuiabá, Marcos Faleiros, e os juízes militares ouviram o cabo da Polícia Militar Gerson Corrêa Júnior, que citou nomes de mais promotores que atuavam no Gaeco e teriam ordenado a inserção de números de telefone por meio de barriga de aluguel no sistema de interceptação telefônica.
Gerson citou que houve interceptação telefônica ilegal em 15 operações do Gaeco, entre elas as operações Aquiles, Chacal, Rêmora e Seven. O cabo disse que este modus operandi era antigo e permaneceu até mesmo depois que deixou o Gaeco.
Veja os depoimentos na íntegra de Zaqueu e Lesco e de Gerson.