20 de Maio de 2025

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POLÍTICA Terça-feira, 20 de Maio de 2025, 13:56 - A | A

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FORTE REPERCUSSÃO

Rafael Ranalli critica "espetacularização seletiva", defende investigação policial e propõe proibição de símbolos cristãos em eventos LGBT

Aliado do bolsonarismo em Cuiabá, parlamentar questiona representações seletivas e diz que Câmara deve agir apenas com base em provas concretas

Lucas Leite | Redação

O vereador Rafael Ranalli (PL) se posicionou, nesta semana, sobre diversos temas de forte repercussão na política cuiabana e nacional, incluindo o processo contra o ex-presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, Chico 2000 (PL), e o vereador afastado Sargento Joelson (PSB), ambos citados na Operação Rêmora. Ranalli reforçou a necessidade de aguardar o avanço das investigações policiais antes de qualquer ação definitiva por parte da Casa Legislativa.

“Infelizmente, temos que primar pela legalidade. Eles precisam responder e se defender. Se houver condenação judicial, aí sim, a Câmara deve agir para afastá-los definitivamente”, disse o vereador, ao defender a cautela no julgamento dos colegas.

Segundo Ranalli, o pedido de Comissão Processante feito pelo ex-juiz federal Julier Sebastião contra Chico 2000 foi rejeitado pela Procuradoria da Câmara por ser “fragilizado” e baseado apenas em manchetes de jornais. Ele também questionou o foco exclusivo de Julier sobre Chico, alegando que há indícios mais consistentes contra Joelson, conforme reportagens veiculadas.

“O que se vê é que há um conjunto probatório maior contra o Joelson do que contra o próprio Chico. Está havendo uma inversão nesse processo, e isso precisa ser analisado com isenção”, pontuou.

Ranalli também confirmou que a Câmara está cumprindo seus trâmites: deu posse ao suplente de Joelson e, nesta semana, deve empossar Rafael, suplente do PL. Internamente, o PL ainda não discutiu medidas partidárias formais, mas, segundo o vereador, se houver condenações, o partido deve se posicionar.

CPI das Obras e Comissão de Ética

O vereador também comentou os trabalhos da CPI da Saúde e da Comissão de Serviços Municipais (CSMO), destacando o avanço nas obras analisadas e o compromisso de apresentar relatórios com foco na legalidade e nos benefícios à população.

“A empresa tem seguido o cronograma e, se entregar até outubro, será uma conquista. O contrato é legal, passou pelo crivo jurídico da Prefeitura. O que não queremos é um elefante branco no meio da cidade”, afirmou.

No entanto, Ranalli revelou que há irregularidades em um outro contrato que envolveu uso de recursos sem autorização da Câmara, e a responsabilização dos envolvidos será buscada.

Ranalli também manifestou apoio à PEC que propõe o fim da reeleição no Executivo e unificação das eleições com mandato de cinco anos para todos os cargos. Ele afirmou que a medida traz economia ao país e mais foco na administração pública.

“Sou a favor. Hoje o gestor trabalha dois anos e os outros dois foca só na reeleição. Cinco anos sem reeleição é ideal. Dá tempo de trabalhar e depois sair. E, se quiser, tenta voltar”, opinou.

Polêmica: Projeto quer proibir uso de símbolos cristãos em eventos LGBT

Um dos pontos mais polêmicos da fala do vereador foi a defesa do projeto de sua autoria que proíbe o uso de símbolos cristãos em eventos LGBTQIA+, como a Parada da Diversidade.

Segundo Ranalli, o projeto foi protocolado na última sexta-feira e busca proteger a fé cristã contra o que ele chamou de “escárnio e intolerância religiosa”.

“O que não quero que se repita em Cuiabá são cenas de crucifixos sendo inseridos em orifícios do corpo, Bíblia sendo queimada ou encenações zombando de Cristo. Isso é crime contra a fé”, disse, ao reforçar que não é contra manifestações LGBT, mas sim contra o uso de símbolos religiosos para ofender.

Questionado se o projeto fere a liberdade de expressão, Ranalli negou:

“Não vejo como censura. Eles podem levar os próprios símbolos, defender suas causas, mas não usar a religião dos outros como afronta. O brasileiro é cristão, e o Estado pode ser laico, mas o povo não é”, argumentou.

O projeto ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Caso receba parecer contrário, Ranalli afirmou que pretende levar a discussão ao plenário.

Ranalli também comentou sobre o avanço do crime organizado em áreas vulneráveis, citando casos de facções que distribuem cestas básicas e retêm cartões do INSS de beneficiários em troca de apoio.

“É um desafio. Às vezes, o cidadão é refém do crime. O poder público precisa entrar com serviço de qualidade para tirar esse controle das facções”, alertou.

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