Nesta segunda-feira (07), a Câmara Municipal de Cuiabá promoveu a sessão solene “Inclusão é uma decisão”, em reconhecimento às pessoas que lutam pelos direitos das pessoas com deficiência e acessibilidade. A iniciativa foi realizada por meio do grupo TEATIVISMO, formado por pais e mães de autistas, em Cuiabá, e pela Associação dos Amigos dos Autistas, Neurodiversos e da pessoa com doença rara de Mato Grosso (Amand).
A sessão foi presidida pela vereadora Maysa Leão (Republicanos), que é mãe de uma criança autista. Ela destacou a importância de reconhecer a luta das mães de pessoas com deficiência, os desafios diários e a busca pela garantia dos seus direitos.
“São pessoas que muitas vezes estão invisíveis na nossa sociedade, que a gente não vê regularmente na escola, nos cargos de poder e nos ambientes formais em que a vida delas é decidida. Hoje a gente trouxe cada uma de uma representatividade diferente para falar das suas dores, alegrias e o que esperam da Casa de Leis. Como mãe de autista em uma sociedade que não inclui de verdade, eu consigo sentir a dor dessas mães e percebo que passam por dores maiores pelas dificuldades diárias e falta de apoio”, destacou a vereadora.
Mais de 40 participantes receberam moção de aplausos. Entre elas, Fernanda Pereira da Silva, que é presidente da Associação Mães Unidas pelo Amor, e mãe de Murilo, de seis anos. Ele nasceu com microcefalia por Zika Vírus e tem crises de epilepsia.
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“São seis anos da minha vida dedicados a ele. Eu só entendo o que ele fala pelo olhar. O meu sonho era ouvir ele me chamar de mãe, mas humanamente não temos essa esperança. Sou grata a pessoas como a Maysa, que nos acolheram, pois todos os dias somos esquecidos pela sociedade e pelo poder público”, relatou.
Gabriel Aguiar é cadeirante desde os 17 anos e pontuou a importância da acessibilidade.
“É uma honra estar aqui e receber este reconhecimento. É uma causa que a gente carrega. A gente tem que decidir pela inclusão para que lutem por nós. Eu não imaginava a dificuldade de uma pessoa cadeirante até me tornar uma. Sempre contei com ajuda de amigos para me locomover, até me engajar na busca por solução da acessibilidade no bairro onde moro. Tive pequenas conquistas em relação ao transporte coletivo, mas ainda há muito a ser feito pelas pessoas com deficiência”, disse.
De acordo com a presidente da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Cuiabá, Silvia Artal, a inclusão social é uma luta constante.
“Nós atendemos uma causa e nos últimos anos recebemos inúmeras demandas de crianças autistas e temos dificuldade quanto à inclusão. Precisamos mostrar que eles são capazes, que podem estar no mercado de trabalho e que podem ser vistos pela sociedade”.